terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Flash Back - Capitulo 2


Capitulo 2
- Deixe-me só ajeitar aqui e... Pronto! Linda como antes!
- Obrigada! Meu cabelo era realmente belo... - Disse com aquele sorriso amarelo
- Não fique assim! Você ainda o tem, mas ele precisa crescer de novo - Disse ele com aquele belo sorriso.
- Acho que você vai precisar de mais paciência do que eu, porque lidar com uma pessoa no meu estado não deve ser nada fácil.
- Acredite! Eu já me preparei pra isso - Ele olhou para minha peruca - Eu imaginei que você fosse sentir falta do seu cabelo, e então, quando me disseram que você teria que passar pela cirurgia, usei os fios cortados para confeccionar uma peruca. Claro que não é a mesma coisa...
- Já está bom o bastante. Muito obrigada Oliver! - Lhe dei aquele olhar de gratidão, e toquei meus cabelos; eram macios e belos, eu devia saber cuidar muito bem deles.
- Venha! - Ele me deu a mão para me ajudar a levantar da cama - Vá se trocar! Quero que você conheça sua vida.
Segurei firme a mão dele e levantei-me; minhas pernas no começo não me deram muita firmeza, pelo contrario, tremeram tanto que achei que elas não fossem aguentar o peso do meu corpo; demorou algum tempo para que conseguisse sentir firmeza nelas o suficiente para dar meu primeiro passo. Eu me sentia um bebê, mas a única grande diferença, pelo menos em questão de tempo, é que eu não estava começando a andar ou a conhecer o mundo, eu estava recomeçando.
Andei até o banheiro com algum esforço e o apoio de Oliver; ele era uma ótima pessoa, ao menos esta era a impressão de que o que eu tinha visto até agora me trazia; é eu fui uma pessoa realmente feliz na escolha e acho que já mencionei isso. Olhei o espelho e lá refletia uma imagem, que devia ser de uma velha conhecida de 28 anos atrás, mas a imagem que eu vi não me trazia à memória ninguém, apenas uma completa desconhecida; o mais estranho é que a desconhecida que me olhava do espelho se tratava de mim e eu não sabia nada sobre ela: seus gostos, suas atitudes, seus medos e traumas, suas comidas e cores preferidas; tudo se tratava de uma ficha em branco pronta para ser preenchida.
- Seu rosto está um pouco inchado devido aos medicamentos, mas não se preocupe com isso, logo voltará ao normal.
- Tudo bem! - Não quis dizer pra ele que eu nem havia reparado nisso, afinal, como eu poderia saber que meu rosto estava inchado se eu nem conhecia meu rosto? A única coisa que eu conseguia reparar ali era uma pessoa acabada, totalmente diferente da mulher bonita da foto, com aquele olhar forte, sedutor e seguro; o que eu via ali era uma garota insegura, desesperada e com muito medo do mundo que precisava conhecer.
- Você consegue se virar sozinha? - Disse ele me entregando um vestido -Você gostava muito desse vestido antes... achei que poderia... bem, quem sabe... não sei...! Te trazer alguma lembrança?
Percebi a tristeza presente na sua voz e peguei o vestido; era um vestido azul, estampado com flores brancas, e que sinceramente, não me passava de um pedaço de pano decorado. Na verdade, me surpreendi com meu terrível gosto! Na foto eu me parecia com uma “puta” e ali eu parecia uma velha bem reservada.
- Eu devia ser uma pessoa surpreendente em gostos! -Ele me olhou daquele jeito: “não entendi isso” - Deixa pra lá, eu posso me virar sozinha.
Sorri, é claro, mesmo que não me sentisse ainda capacitada para isso, não ia dizer que precisava de ajuda. Ele podia ser meu marido e tudo mais, mas ainda não estava pronta para me mostrar nua para ele.
-Tudo bem então, vou deixar a porta encostada, qualquer coisa me grita!
E Ele se retirou do banheiro, olhei novamente no espelho, e me desabei em lágrimas. É difícil descrever o tamanho do desespero que eu sentia, sabe aquele desespero enorme de quando você é criança? Estar perdido em um lugar desconhecido, com milhões de estranhos a sua volta e você não sabe em quem pode confiar? Você se sente totalmente abandonado e não sabe para onde correr? Pois bem, é muito pior que isso, estava em um mundo que na minha cabeça era novo, com pessoas desconhecidas ao meu redor falando de acontecimentos dos quais não tenho lembranças e sem saber em quem confiar; senti-me só e abandonada, eu não sabia quem era a pessoa que me esperava no quarto e que ia dormir do meu lado essa noite.
E pode ter certeza que não existe crise existencial pior do que uma pessoa que acabou de passar por apagão de suas memórias da vida.
Peguei o vestido e comecei a me trocar lentamente. Eu não conseguia entender como aquilo estava acontecendo e como minha cabeça podia me deixar na mão dessa forma. Movimentos bruscos me deixavam tonta, então tentei não fazer muito esforço. Coloquei o vestido, enxuguei minhas lágrimas e lavei meu rosto
- Amber, está tudo bem ai dentro? Você está demorando um bocado
- Já estou indo!
Olhei novamente para o espelho e respirei fundo, pois era hora de começar de novo, e abri a porta!






A cidade não me ativou a memória. Eu morava em Londres, sabe-se lá desde quando, mas Oliver me disse que nasci na Califórnia, nos Estados Unidos, e que mudei para Londres depois da morte de meus pais, pois minha avó morava lá e ela cuidou de mim a vida a toda, pelo menos enquanto viveu. Diz ele acreditar muito que esse fato tenha me tornado a garota tão independente que ele conheceu, pois aos 16 anos tive que começar a me virar por conta própria.
- Talvez, então, eu fosse uma garota com fortes problemas psicológicos – Foi a primeira impressão que tive de mim pela vida passada... E digo “vida passada” porque se tornou outra vida que talvez eu nunca mais possa voltar ou ter parecida. O fato é que, uma garota que tivesse perdido os pais aos nove anos de idade, mudando de país e começado uma vida com a avó, que a deixou completamente só aos 16 anos de idade, não teria uma cabeça fácil de compreender e nem seria uma pessoa amorosa e feliz com o mundo e a vida
- Não vou dizer que você não tinha Amber, pois nenhuma garota que passasse pelo que você passou conseguiria se tornar uma pessoa totalmente normal.
- Então isso confirma que eu era problemática? - Disse enquanto observava a cidade pela janela do carro; era um ambiente que me parecia bem movimentado, algo me dizia que toda aquela agitação era agradável à minha personalidade. Londres me parecia uma bela cidade
Percebi que a pergunta que dirigi a Oliver o incomodou, mas não sei o porquê e confesso que isso me deixou um tanto curiosa, ele estava parado olhando atenciosamente para o sinal, ou na verdade não, já que parecia mais estar concentrado na busca de palavras certas para o que viria a me dizer.
- Digamos, Amber, que talvez recomeçar tenha sido melhor - Ele olhou rapidamente para meus olhos e voltou o olhar para o sinal que estava se abrindo - Pense nisso como uma segunda chance de começar uma vida feliz.
Pensei todo o resto do caminho e não perguntei ou disse mais nada. Acho que ele esperava que eu encontrasse as duvidas e perguntas que ele pudesse tentar responder e que as lançasse quando estivessem prontas, mas a verdade é que eu podia entender bem o que ele quis dizer com as ultimas frases; eu não era uma pessoa feliz na minha vida passada e, por mais que tentasse meu passado e problemas ligados a ele tinham me afetado. Perder a memória podia ser um grande beneficio para alguém que sempre teve problemas com suas lembranças. Era uma chance de tentar novamente, aliás, eu não podia mais sofrer com algo do qual não havia nenhuma lembrança.

O bairro parecia agradável. Um conjunto de classe média alta, penso que dinheiro não era um dos nossos problemas.  A casa, bem era uma casa bem moderna, nada daquelas casas clássicas toda emoldurada e enfeitada, ela era básica em seu tom branco, seus vidros transparentes, nada de telhados monstruosos, havia um belíssimo telhado verde, com uma área social bem agradável para acompanhá-lo. Era uma casa maravilhosa, com belas vistas da cidade, um jardim que podia perder horas nele, apenas admirando e refletindo sobre o dia.
- Gosta da sua moradia? - Oliver me perguntou, enquanto eu admirava a casa, em seus mínimos detalhes, parada em frente à porta de entrada
- Ela parece agradável- Ele colocou um de seus braços sobre meu ombro e me puxou para perto dele.
- Você que escolheu ela.
- Bom, então eu acho que eu tinha um bom gosto.
- Não quer entrar para confirmar?
Fiz que sim com a cabeça, e após passar pela porta de entrada pude confirmar que eu realmente tinha bom gosto, cores, quadros, detalhes, mobília, tudo muito agradável, aconchegante e receptivo e talvez, quem sabe, fossem mais receptivos se me despertassem lembranças, mais as coisas continuaram como já estavam até ali, nenhuma memória.
- Acha que consegue viver aqui?
- Tranquilamente. -Disse admirando o local
Foi então que surgiu aos meus olhos uma senhora, saindo de uma das direções da casa
- Amber, essa é nossa querida Janet, e ela está aqui para lhe servir em tudo que for necessário.
Olhei para ela, ela estava sorridente, retribui o sorriso, era uma mulher já de mais de meia idade, seus olhos demonstravam sofrimento, com certeza uma pessoa muito experiente com os jogos da vida, Janet tinha um cabelo curto e escuro, pele branca, olhos castanhos, e uma magreza que aumentava ainda mais aquele aspecto de pessoa sofrida. Ela se aproximou de mim, e só me dei conta disso quando ela já estava bem próxima, de braços meio abertos em minha frente.
- Posso minha Senhora? .-Encarei sua ação, então em toquei de que na verdade ela queria me dar um abraço de boas vindas
- Claro que sim Janet - Abri ainda mais meu sorriso.
- Fico tão feliz em vê-la finalmente senhora, seja bem-vinda novamente a sua casa, estarei aqui para servi-la em tudo que for necessário
-Muito obrigada Janet - Disse retribuindo o abraço - E me perdoe, mais eu não me lembro de você.
- Eu sei minha senhora, Oliver já me deixou em alerta sobre toda a situação, espero que a senhora possa vencer isso.
Soltamos daquele abraço um tanto longo e apertado
- Eu também espero. - Disse dando um passo para trás e voltando a fitar levemente seus olhos
- Mas, venha senhora Amber, lhe preparei algo, imagino que você estar faminta.
Era verdade, eu estava faminta, a única coisa que tinha comido realmente sólida depois de dois meses, era a leve sopa da janta do hospital no dia anterior, que alias era horrível, e o café da manhã que tinham me servido mais cedo. Acompanhei Janet até a sala de jantar, onde uma farta mesa me esperava, segundo ela lotada de coisas que eu adorava comer,e assim eu ia conhecendo um pouco mais sobre mim, Oliver veio logo atrás e senti que aquele era um longo começo de muitas coisas que eu ainda viria a passar.
   As vezes me acho bem egoísta , porque certas verdades são tão difíceis  de dizer? Já parou pra pensar que você já cativou alguém com sentimentos que não tinha, só pelo simples medo de dizer a verdade e sentir-se mais sozinha no mundo?Não me orgulho disso, porque acho uma atitude egoísta, porque quem se importa com o outro realmente conta a verdade, por pior que sejam as consequências.
   Eu queria as vezes ter aquela espécie de sentimento  por todos,importa-se realmente com todo mundo, mais isso é difícil, e não sei se existe alguém que consiga ter esse tipo de sentimento, mais o fato é que é algo belo e que acredito que realmente poderia mudar o mundo, porque se você parar pra pensar, bem, a situação que nos estamos, é exatamente porque o homem é egoísta de mais para conseguir pensar em outro além de si próprio. 
   Enfim, deixa-la esse meu blá blá blá interno. Esses dias foram um caos, passei muito mal, digamos que minha saúde nunca foi lá 100%  mais ultimamente ela está se superando.Quando eu abri o blog tinha a intenção de postar bem mais do que isso,  só que me faltou energia, meu sistema imunológico deve estar numa difícil batalha aqui,mas não se preocupem , mandei já alguns amigos para ajuda-los, espero melhorar logo.
  Então, logo eu apareço com mais um capitulo de flash back

Um beijo aos meus queridos amigos-leitores :*
e obrigada especialmente ao Felipe pela ajuda =)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Flash Back- Capitulo 1


Capitulo 1
Minha cabeça doía muito; abri meus olhos e a claridade me irritou um pouco, demorou alguns segundos para que conseguisse ver com normalidade. Estava no que parecia ser um quarto de hospital, porém aquele era um quarto totalmente desconhecido.
Olhei em volta, como se procurasse algo que pudesse me explicar aquele momento; tentei lembrar-me de algo, mas minhas memórias pareciam nunca ter existido; minha cabeça era um escuro, um vazio completo, nada, apenas uma dor insuportável que me impedia de me esforçar na busca de lembranças. Tentei me sentar para poder visualizar melhor, mas esse esforço parecia que ia me matar; meu corpo doía terrivelmente e minha cabeça agora parecia rodar, eu não devia sentar-me havia muito tempo.
A porta do quarto de repente se abriu e vi uma enfermeira entrar;  era gordinha e baixinha, de pele levemente morena. Ela fitou meus olhos por alguns segundos e abriu um grande sorriso:
- Senhora Amber Maxine! Você finalmente acordou, preciso avisar o Óliver!
- Ei... -Tentei perguntar algo, mas ela  me interrompeu.
- Espere um segundo, já venho, não se mova! - Disse ela finalizando com a porta sendo fechada.
Encostei-me a cabeceira da cama, tentei pensar no que diabos estaria acontecendo; aquela mulher me chamou de Amber Maxine, de repente me vieram estes pensamentos: “Amber? Não me parece familiar... seria esse meu nome?”. Olhei meu corpo, o que me deu um frio na espinha, estava cheio de ataduras.
- Bom seja o que for, Amber, algo muito sério lhe aconteceu - Disse a mim mesma.
A porta voltou a abrir-se
- Aqui estou eu novamente, senhora Maxine. Como se sente? - Entrou a enfermeira, com uma bacia  e curativos novos.
- Com muita dor... - Ela parou do meu lado e me olhou sorridente
- Já vou trazer um medicamente pra aliviar isso, aliás, já o doutor vem examiná-la também e Oliver estará aqui em alguns minutos... desculpe-me pela minha má educação, estou tão feliz em vê-la  acordada que até me esqueci de apresentar-me, meu nome é Verena, sou a enfermeira que cuida de você.
Dessa vez ela não olhava mais, agora estava concentrada nos novos curativos que iria me fazer.
- Tenho outro problema também... - Ela começou a retirar as ataduras do meu corpo.
- Qual? - Ela perguntou sem demonstrar muita preocupação, sua voz tinha um tom alegre, afinal algo bom parecia ter realmente acontecido para ela.
- Eu não me lembro quem eu sou. - Verena voltou a me fitar, mas agora seu olhar alegre e seu sorriso haviam sumido.
- Lamento muito por isso, Maxine, mas o médico disse que isso poderia vir acontecer; você vai passar por tratamentos e  vai  conseguir  recuperar sua memória - Seus olhos castanhos me encararam agora com um olhar triste e vi seus lábios darem um leve sorriso de consolo.
- Meu nome é Amber certo?
- Sim, seu nome é Amber Maxine, você tem 28 anos, é casada com Oliver Maxine e, acrescento, é uma mulher de sorte por tê-lo! - Não sabia quem era meu marido, na verdade me surpreendia o fato de eu ser casada, mas a forma que ela o mencionou não me agradou, mesmo eu não sabendo quem ele era, eu já me sentia no direito de sentir ciúmes, afinal, era meu! Ignorei aquilo no momento, não era isso o mais importante agora. - Você sofreu um acidente, faz dois meses, teve que passar por uma cirurgia, você teve um traumatismo craniano grave e certamente esse é o motivo da sua perda de memória
- Você quer dizer que estou aqui faz dois meses? – Sim perdi dois meses da minha vida numa cama de hospital, mas isso não era pior do que ter 28 anos vividos e uma memória em branco.
- Sim, você passou dois meses em coma, pode levantar um pouco o braço? – Ergui o braço e ela tirou o curativo de onde havia uma ferida quase que cicatrizada, uma ferida que pelas proporções da “quase cicatriz” havia sido horrível.
Coloquei a mão livre sobre minha cabeça e havia um curativo enorme ali também, alias, precisava sentir como andava a causa dos meus maiores problemas, como fisicamente aquilo estava. Confesso  que não tive a melhor sensação do mundo ao perceber que não tinha mais nem meu cabelo, seja lá como ele foi um dia.
- Senhora Maxine, não se preocupe, tudo vai ficar bem - Verena lançou-me um olhar triste ao perceber meu estado e me entregou um lenço, foi então que eu percebi que tinham lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Senti um aperto no braço no qual ela terminava agora de fazer um novo curativo, em seguida uma batida na porta e um homem de uns 30 anos entrando por ela. Só pelo olhar eu podia dizer que ele era Oliver, seu gesto, seu olhar, tudo transmitia a forma de um homem apaixonado e alegre por me ver e triste ao mesmo tempo por me encontrar naquele estado. Ele veio em minha direção, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas, e me envolveu carinhosamente com seus braços. Não pude corresponder, mas eu podia sentir o enorme carinho daquele desconhecido que me abraçava, porém não podia retribuir aquilo, ele podia ser meu marido, mais isso não mudava em nada o fato de que não havia nada em minha memória sobre ele.
Ele se afastou um pouco e tentou me dar um beijo nos lábios, eu recuei, senti dó por um breve momento daquele homem que deveria me amar tanto, mas a situação não me permitir tocar os lábios de alguém que por enquanto não me significava nada.
- Perdoe-me - Disse evitando olhar em seus olhos, pois eu sentia uma dor profunda ao encarar o olhar triste que eu havia deixado em seu rosto após recusar aquele beijo.
- Tudo bem Amber.
- Senhor Oliver, eu sinto muito. Bem, vou deixar vocês dois a sós, mais tarde voltarei  Maxine, para  trocar seu curativo da cabeça - Disse a enfermeira pegando suas coisas e dando um leve sorriso para mim, em seguida eu e Oliver a acompanhamos  com o olhar até ela se retirar do quarto.
Ele continuou fitando a porta por mais alguns segundos e eu voltei meu olhar para ele, então ele era realmente Oliver... Oliver Maxine, o cara com quem eu era casada. Não era um homem feio, pelo contrário, era belo e muito bem vestido, tinha um perfume que não me parecia tão estranho e que era muito bom, eu gostava daquele cheiro levemente adocicado. Então aquele era o tipo de homem que me agradava, alto, cabelos castanhos claros, olhos verdes profundos, e um corpo bem definido, de fato eu era uma mulher de sorte.
Ele me olhou nos olhos novamente, e digo : que olhar profundo!
- Você deve estar com muitas dúvidas no momento, não é Amber? Bem, faça suas perguntas!
Disse Oliver sentando na cadeira ao lado. Confesso que eu esperava que ele tentasse ser mais amoroso comigo naquele momento e que ficasse mais surpreso e triste pela situação, mas sua expressão parecia indicar que ele já esperava por aquilo, uma expressão totalmente contrária do que indicava quando ele entrou no quarto, pareceu até uma encenação todo aquele momento com a enfermeira.
- Você é meu marido? - A primeira era só para confirmar.
- Sim - Disse ele mostrando a aliança de ouro em sua mão; olhei para a minha e lá estava ela - Somos casados fazem dois anos, não, não temos filhos.
- Você não me parece tão surpreso com a situação.
- Eu já esperava por isso, Amber - Agora ele levantou-se novamente, se aproximou de mim e apoiou seu corpo no leito, olhou-me no fundo dos olhos - Faz dois meses que venho te visitar e te vejo sempre na mesma situação, o médico me alertou varias vezes que era quase certo que você não se lembraria de nada ao acordar. Eu rezei todas as noites para que você ao menos se recordasse de algo, pelo menos do sentimento que tinha por mim, mas agora vejo que nada restou em você. Pode não parecer... Mas eu estou arrasado, Amber, e, por favor, não desejo que você de forma alguma se sinta culpada por isso.
Já havia desviado meu olhar do dele há algum tempo, nunca fui muito boa em encarar as pessoas com olhares, claro que eu não me lembrava disso de mim no momento, mas eu sentia o incomodo que olhar fixamente aqueles olhos me causava. Precisei desviar e comecei a reparar no detalhes do quarto, enquanto as palavras deles me enchiam de tristeza; o que eu podia fazer? Nada, eu não sabia quem eu era, onde eu estava, onde morava, quem eram meus pais, irmãos, amigos, se os tivesse!
- Bom, e o que você espera de mim?
- De você, Amber? Nada. Eu só espero que você tenha força, aliás, acho que isso você tem de sobra; pelo menos foi o que me mostrou durante todo o tempo que a conheci. Agora só te peço paciência.
- Eu não era uma pessoa paciênte? - Voltei o olhar a ele e dei-lhe um sorriso
- Nunca foi - Disse ele agora em um tom menos serio - Você sempre foi de querer fazer as coisas na hora, uma pessoa meio difícil de lidar e muito independente.
- Independente? - Eu me senti realmente muito frágil no momento para pensar que eu era uma pessoa independente - Bom se você diz, e para que você precisa da minha paciência agora?
- Quero que você tenha paciência para que eu consiga te fazer voltar a sua vida e consiga voltar a ter seu coração.
- Acho que já descobri como você me seduziu
- Como?
- Você é bom nas palavras - Disse eu rindo  de uma forma bem discreta. E era verdade, era uma boa frase a ultima que ele usou para tentar conquistar, talvez não tão boa, talvez clichê, mais sabia mexer com o coração de alguém, e para quem naquele momento estava totalmente emocionalmente abalado, aquilo ia bem.
O sorriso que seguiu após meu riso discreto foi belo; é, ele tinha um belo sorriso. O vi colocando a mão no bolso e retirando uma foto.
- Essa é você, acho que você não deve se lembrar do seu rosto... Bem, mas aqui está você - Ele fitou a foto por alguns instantes e depois me entregou - Bonita como sempre.
A garota da foto não me era familiar, mas era linda e, se eu realmente era ela, eu me achava muito bela, mas talvez eu fosse fotogênica e isso eu ia descobrir com o tempo. Meus cabelos eram longos e negros e tinham belas curvas, curvas que combinavam perfeitamente com meu rosto; minha pele era branca e meus olhos eram grandes e verdes, minha boca era bem carnuda e, pela foto, eu gostava de um tom avermelhado de batom. A roupa que eu usava na foto não me pareceu muito adequada, era um vestido vermelho, um vermelho bem chamativo e deixava muitas partes do meu corpo que parecia bem esbelto a mostra.
- Que tipo de “biscate” eu era?
Ele riu da minha pergunta, é claro que riria.
- Você não tinha tanto bom humor assim antes -   Ao dizer isso, senti que uma breve fração de lembrança havia passado por sua cabeça, pois seu sorriso se desmanchou em questão de milésimos de segundos - Você não era uma biscate Amber, você era uma garota sedutora.
O barulho da porta se abrindo desviou a minha atenção da pergunta que eu iria fazer em seguida. Olhei na porta, um homem sorridente com uma prancheta na mão entrava no quarto, estava vestido completamente de branco, deduzi que ele fosse o médico.
- Pronta para finalmente sair daqui Amber Maxine?




Eu espero realmente comentários do que acharam, e que sejam bem sinceros por favor x)

Flash back

   Nessas férias, eu comecei a escrever uma história, sabe pra ocupar o tempo? Parei  quando viajei, voltei da viagem na segunda-feira dessa semana, agora, estou pensando em voltar a escrever,pensei em outras histórias também, gosto de vampiros, sempre quis escrever histórias sobre eles, e talvez eu escreva uma,bem mais falando desse jeito até parece que sou uma boa escritora né? Eu gosto de escrever, não sei se escrevo bem, alguns dizem que sim, não sei se é só por simpatia ou se é verdade realmente.
  Flash back é um nome que tem uma certa ligação com a  história  , na verdade me parece até  uma coisa meio clichê, mais não consegui pensar em nada melhor no momento, então que vá esse nome por enquanto.
  Vai ai, uma breve descrição:
  A  personagem da historia chama-se Amber Maxine, ela sofreu um acidente de carro e acordou com a memória  totalmente em branco na cama de um  hospital ( Amnésia ) .Agora ela precisa recomeçar a sua vida,  voltar a ser a pessoa que dizem que ela era: uma mulher de 28 anos, casada com Oliver Maxine( um homem influente e rico), professora de piano, ótima amiga e esposa, porém uma pessoa de passado um pouco doloroso. Depois de algumas crises existenciais , Maxine parecia estar levando bem o fato de ter que começar a vida praticamento do zero,quando então algumas memórias  estranhas começam a voltar e  junto delas dores de cabeça extremamente insuportáveis ,e ai  vem seu problema : o que significam essas memórias que pareciam não condizer nada com o passado que lhe contaram?
Agora Maxine precisa descobrir a verdade e saber em quem ela realmente pode confiar.

Bom é isso , ficou meio  com cara de  texto de contracapa né? Eu acho que escrevi pensando nisso mesmo.

Até o próximo post =)


Scarlet Rose

    Scarlet Rose não é meu nome verdadeiro, pensei nele faz algum tempo já, porém, acho que não fui a unica. Meu português  não é todo "certinho" , faço o possível, claro, não vou cometer erros que são uma abominação para nossa língua portuguesa, mas alguma coisa ou outra vou errar, nunca fui muito boa em gramatica mesmo, então por favor, tenham paciência!
    Voltando ao nome , eu gosto do significado que tem, se você der uma pesquisada por ai, vai saber que Scarlet , significa escarlate, uma cor vermelha cintilante ( Eu acho até fácil de perceber isso lendo o nome), e  rose, como também  parece bem óbvio : rosa.Assim, ao meu ver, seria algo como uma rosa de cor vermelha, sempre gostei de rosas, e sempre disseram que vermelho caía bem para mim, além do mais, pra quem acredita em astrologia e todas essas coisas , dizem que a cor tradicional do meu signo ( Áries) é o vermelho.
    Agora, porque o blog? Bem eu precisava de um lugar meu, que eu pudesse falar, falar, falar e falar, sem ter que incomodar alguém. Sabe quando você precisa contar algo para alguém?Ou reclamar de certas coisas?Ou simplesmente contar aquele seu dia chato, ou aquela fato interessante?Mostrar aquilo que você gosta, sem ter que incomodar alguém que odeia isso? Falar o que você bem pensa sem ter medo de  ser entendido como um idiota, ou magoar alguém e quem sabe até brigar com alguém que você gosta muito?Então é por isso que eu criei, para poder me expressar livremente, sem ter que procurar alguém que me entenda, alias, aqui lê  quem quer, o simples fato de eu estar falando já vai ser um belo alivio para mim, alguém lendo ou não.
    Bom, além disso,gosto de escrever também, é adoro imaginar histórias, pensei que talvez pudesse também postar aqui de vez em quando um pouco das minhas histórias, essas eu gostaria que alguém lesse.

Bem, por enquanto é isso =)